segunda-feira, 30 de julho de 2018

Em uma final repleta de cenas lamentáveis, com direito a presidente mordido por cão policial, o Sergipe conquistou o 2º Turno do Sergipano de 2000.



            No dia 30 de julho de 2000, Sergipe e Lagartense se enfrentaram em busca da Taça Estado de Sergipe, equivalente ao 2º turno do estadual daquele ano. As duas equipes haviam empatado por 0 a 0 na primeira partida ocorrida na cidade de Lagarto. O vencedor não só garantiria uma vaga na grande decisão do Campeonato Sergipano, como também levaria vantagem na finalíssima.

Aílton marcou o polêmico gol para o Sergipe (Foto: Edinah Mary)
Por Davi Tenório


           
A diretoria rubra havia instigado a massa colorada com ingressos com preços reduzidos, com apenas R$2,00 o torcedor rubro garantia seu lugar no João Hora, algo inimaginável nos dias atuais em que o futebol se tornou uma “brincadeira cara”. Além disso, a torcida do Lagartense prometia invadir o Batistão com onze ônibus saindo do interior rumo ao Mundão do Siqueira. Tudo indicava um grande espetáculo para aquela tarde de domingo.

sábado, 14 de julho de 2018

A MARCA RUBRA


Foto: José Maria Marques


Por Gustavo Tenório


É curioso como ao me deparar com um cidadão vestindo uma camisa do Sergipe na rua me faz parar para cumprimenta-lo ou, em dias mais corridos e cheios de pressa, lançar-lhe uma enfática e amistosa saudação colorada. Percebo, também, que sou da mesma forma saudado quando estou trajado com o manto rubro, seja na rua ou em qualquer outro lugar da cidade. Mais curiosa ainda é a carga identitária e de pertencimento que essas (aparentemente) simples interações cotidianas representam.
Numa realidade em que há um frio afastamento entre os cidadãos – você conhece todos os seus vizinhos de condomínio ou os vizinhos “emurados” da sua rua? –, uma camisa do Gipão acaba aproximando desconhecidos da forma mais vivaz. O tempo atual insiste em nos afastar cada vez mais das ruas e do sentimento comunitário. Chega-se ao ponto de não se ouvir um “Bom dia!”, um “Boa tarde!” ou um “Boa noite!” na maioria das calçadas da cidade. Às vezes até acabamos num triste e curto monólogo urbano – é até melancólico um “Bom dia!” sem retorno.
Uma camisa do Gipão faz abrir sorrisos, apertar as mãos e dar tapas cordiais em ombros desconhecidos. “E o Gipão?”, geralmente é assim que se inicia o contato. Se for complicado atravessar a rua ou se a pressa se fizer enfática, um brado de “BORA, GIPÃO!” ou de “GIPÃO CAMPEÃO” chegará aos nossos ouvidos driblando carros e transeuntes. E buzinas! Buzinas animadas e alegremente ritmadas. O indivíduo rubro tem um quê festivo, de saudações calorosas. Esses são momentos que tornam a cidade novamente nossa, mais íntima. Fazemo-nos pertencidos, enfim, a um lugar comum, entre indivíduos com uma história e um sentimento também comuns. Seria uma espécie de sociologia rubra? Uma psicologia social rubra? Uma cultura rubra? Será que dá para explicar? É tudo isso e mais um pouco.
Ora, o futebol é um incontestável fator social de reconhecimento e auto-reconhecimento entre os cidadãos. Ouso dizer que o Sergipe consegue intensificar essa relação. Tem coisa mais extasiante que encontrar alguém vestido com uma camisa do Gipão em outro estado ou em outro país? Ou ver bandeiras rubras estendidas nos estádios da copa ou de outras competições internacionais? É como se estivéssemos lá também. Aliás, é como se o mundo fosse nosso. E de fato o é.

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