O REI PEDE PASSAGEM EM ARACAJU: 80 anos de Pelé e as lembranças dos jogos em Aracaju

 Por Gustavo Tenório

Neste 23 de outubro de 2020, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, completa seus oitenta anos de idade. Uma trajetória futebolística impecável com seus 1283 gols e uma vasta coleção de títulos, entre campeonatos paulistas, campeonatos nacionais e três Copas do Mundo. É tido por muitos como o maior jogador de todos os tempos. É, sem dúvida, o jogador mais emblemático e ovacionado que o Brasil já produziu em sua história.

 

O Rei Pelé com os craques Tomaz Cabecinha de Ouro e Luiz Manoel e uma criança com a camisa do Santa Cruz de Estância. (Foto: Acervo da Família do Tomaz. Colorizada por Davi Tenório)

Craque do Santos e da seleção brasileira, Pelé esteve em Aracaju em cinco oportunidades, vestindo tanto o manto branco do Santos como a camisa amarelinha da Seleção. Pelo Santos, Pelé atuou em quatro partidas: a primeira de todas em 1963 contra a seleção sergipana e outros três jogos contra o Club Sportivo Sergipe. Além disso, o Rei esteve na inauguração do Batistão jogando pela seleção brasileira contra a seleção sergipana, em 1969, aplicando uma sonora goleada por 8x2 contra o combinado sergipano. O detalhe desta última partida é que a torcida não comemorou gol algum de Pelé.

 

A página de esportes da Gazeta de Sergipe, edição de 14.09.1972, abordando a partida realizada entre o Sergipe e o Santos pelo Brasileiro daquele ano.

 

O Gipão foi a única equipe sergipana que enfrentou o Rei e mais onze em terras sergipanas. O primeiro jogo se deu em um amistoso no ano de 1970 entre Sergipe e Santos, logo após a conquista da Copa do Mundo no México. O resultado da partida foi estrondoso: 9x1, com direito a quatro gols dele. Já a segunda partida se deu em 1972, pelo campeonato nacional daquele ano. O Sergipe debutava na maior competição futebolística do Brasil. A vinda de Pelé, como sempre, causou grande expectativa na torcida colorada e aracajuana. Em um Batistão lotado, o Santos venceu o time Rubro por 1x0. Segundo o torcedor Dida Araújo, a partida foi um espetáculo. Diz ainda que quem lhe chamou mais atenção naquela partida foi o goleiro colorado Paulo Lumumba: “para mim, um dos melhores goleiros que o Sergipe já teve! O cara pegou tudo”, menos o tento solitário marcado justamente pelo Rei. 

O Rei do Futebol e o zagueiro rubro em uma disputa de bola em uma partida válida pelo Brasileiro de 1972 (Foto: Blog do prof. Eudo Robson)

 

Por fim, no ano de 1973, também por partida válida pelo campeonato nacional, o Santos retornou a Aracaju para jogar contra o Vermelhinho. Nessa oportunidade, os paulistas saíram mais uma vez vitoriosos, dessa vez pelo placar de 3x0, com mais um gol do Rei Pelé.

Apesar das derrotas, foram partidas que marcaram a história do Sergipe e do futebol sergipano. Afinal de contas, enfrentar a máquina do Santos comandada por Pelé não era tarefa fácil para time algum. Vida longa ao Rei!