Aproveitamos o clima da Copa do Mundo na Rússia para resgatar a história de Mára Grinberg, o primeiro, e talvez único, jogador do Leste Europeu a vestir o manto rubro
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Por Davi Tenório
É
possível dar a volta ao mundo com a bola nos pés. No futebol, não faltam
jogadores que são verdadeiros ciganos da bola, que colecionam passagens e gols
por diversos clubes das mais variadas cidades do Brasil, como o folclórico
artilheiro Túlio Maravilha, e do Mundo, caso mais recente do uruguaio Loco
Abreu. Geralmente, a peregrinação por diversos times é visto como uma afronta a
um esporte que transpira paixão e fidelidade. Por vezes, há simplesmente a
necessidade e a inquietude de quem tem várias histórias a se viver.
O
futebol por diversas ocasiões é um meio de ascensão social dos marginalizados
de nossa sociedade. A plasticidade do drible entorta os mais intransponíveis
adversários, seja o preconceito, a fome e a guerra. Uma simples pelota foi
capaz de parar por um momento o primeiro conflito bélico mundial do século XX.
Também foi pelo jogo que inúmeros refugiados apresentaram jogadas com os pés
para construir uma nova vida. Atualmente, quase ninguém conhece a história de
um desses ciganos da bola que percorreu milhares de quilômetros até se
estabelecer no Nordeste do Brasil. Trata-se de Màra Grinberg, oriundo da região
da Bessarábia na Romênia, que desfilou pelas canchas de clubes nordestinos,
dentre eles o Club Sportivo Sergipe.