Por Davi Tenório
Um marasmo. Na história
recente do Club Sportivo Sergipe caberia inúmeras definições. Após dez anos de
jejuns, conseguimos recuperar a posição de protagonistas no estado alcançando
títulos, senão fases decisivas. As intrigas de bastidores que culminaram em
renúncias frequentes de mandatários a princípio são páginas viradas,
sacramentando uma aparente estabilidade. Já as penhoras e os bloqueios de recursos
não figuram mais como principais empecilhos para os avanços do clube, mesmo que
ainda não esteja claro se as dívidas foram realmente todas quitadas.
Tudo leva a crer que não
precisamos mais esperar o próximo ano para que seja o momento do Sergipe, ele é
o agora. Só que “o agora” nos parece estático. Não vivemos um estado de terra
arrasada sem perspectivas como no final da temporada 2019, mas o sentimento é
que o ano de 2024 mostrou-nos que o Sergipe não deseja ir além. Que pese a
garantia de calendário, nos últimos três anos vimos equipes mais instáveis e
com orçamentos nada exorbitantes garantirem o obrigatório avanço de fases na
última divisão nacional, enquanto fracassamos a cada ano de forma repugnante -
na temporada atual, batemos o recorde negativo de nossa pior campanha na
história. E por incrível que pareça, a nossa última apresentação
minimamente decente na Série D foi justamente em um ano assolado pela pandemia
da qual não caberia em um texto abordar as profundas e tristes dificuldades a
todos.
Foto: Antônio Soares |
Por mais que haja lapsos
de esperança, como com a boa campanha no Nordestão do ano passado, o
Vermelhinho “decide” abdicar de seu segundo semestre, sentado de braços
cruzados nas cadeiras brancas do Batistão. Até que ponto comemoraremos vagas em
competições regionais e nacionais quando não mais participamos com sede de
conquistas?
Agora com as eleições do clube no horizonte, resta-nos sairmos deste marasmo em busca de passos largos. As melhorias, sobretudo administrativas, devem ser mantidas e preferencialmente aprimoradas. Já o nosso futebol, a nossa imagem e a nossa alma necessitam ser resgatadas com fervor.