domingo, 21 de julho de 2024

Feliz Ano Velho?

Por Davi Tenório


Um marasmo. Na história recente do Club Sportivo Sergipe caberia inúmeras definições. Após dez anos de jejuns, conseguimos recuperar a posição de protagonistas no estado alcançando títulos, senão fases decisivas. As intrigas de bastidores que culminaram em renúncias frequentes de mandatários a princípio são páginas viradas, sacramentando uma aparente estabilidade. Já as penhoras e os bloqueios de recursos não figuram mais como principais empecilhos para os avanços do clube, mesmo que ainda não esteja claro se as dívidas foram realmente todas quitadas.

Tudo leva a crer que não precisamos mais esperar o próximo ano para que seja o momento do Sergipe, ele é o agora. Só que “o agora” nos parece estático. Não vivemos um estado de terra arrasada sem perspectivas como no final da temporada 2019, mas o sentimento é que o ano de 2024 mostrou-nos que o Sergipe não deseja ir além. Que pese a garantia de calendário, nos últimos três anos vimos equipes mais instáveis e com orçamentos nada exorbitantes garantirem o obrigatório avanço de fases na última divisão nacional, enquanto fracassamos a cada ano de forma repugnante - na temporada atual, batemos o recorde negativo de nossa pior campanha na história. E por incrível que pareça, a nossa última apresentação minimamente decente na Série D foi justamente em um ano assolado pela pandemia da qual não caberia em um texto abordar as profundas e tristes dificuldades a todos.


Foto: Antônio Soares


Por mais que haja lapsos de esperança, como com a boa campanha no Nordestão do ano passado, o Vermelhinho “decide” abdicar de seu segundo semestre, sentado de braços cruzados nas cadeiras brancas do Batistão. Até que ponto comemoraremos vagas em competições regionais e nacionais quando não mais participamos com sede de conquistas?

Agora com as eleições do clube no horizonte, resta-nos sairmos deste marasmo em busca de passos largos. As melhorias, sobretudo administrativas, devem ser mantidas e preferencialmente aprimoradas. Já o nosso futebol, a nossa imagem e a nossa alma necessitam ser resgatadas com fervor.

domingo, 16 de julho de 2023

Zé Pequeno: o Príncipe do Futebol Sergipano

 

Por Davi Tenório

Zé Pequeno, o Príncipe do Futebol Sergipano. 1967.

No dia 13 de julho de 2023 o futebol sergipano perdeu um dos seus maiores protagonistas. Com o sangue nobre dos Xokós, José Silva surgiu como “Zé Pequeno” para logo ser condecorado pelo seu povo de Sergipe como “O Príncipe do Futebol Sergipano”. Apesar da pouca repercussão da notícia do seu falecimento pela mídia e pelas instituições esportivas do estado, Zé Pequeno eternizou seu nome na história. Prova disso é o reconhecimento de inúmeros torcedores, principalmente do Club Sportivo Sergipe, os quais são sempre os responsáveis por manter viva a memória de seus heróis.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Há 40 anos o craque Henágio deixava o João Hora para virar lenda em Pernambuco

 

Após a histórica campanha do Sergipe no Brasileiro de 1983, vários clubes de fora do estado passaram a sondar os destaques daquele timaço do Mais Querido. Os jornais sergipanos noticiavam a cada dia o assédio de clubes como Flamengo, Botafogo, Sport, Santa Cruz e Inter de Limeira aos craques Valença, Luís Carlos Bossanova e, principalmente, Henágio.

Henágio durante uma partida do Brasileiro de 1983. (Foto: Jornal da Cidade).

domingo, 16 de abril de 2023

Entrevista do Jornal da Cidade com o craque Henágio em abril de 1983

 

Entrevista feita pelo Jornal da Cidade com o craque Henágio em 15 de abril de 1983. Na ocasião, a grande promessa rubra estava em negociações contratuais com o Club Sportivo Sergipe após ótimas atuações no Brasileiro de 1983. Além disso, grandes clubes do país estavam interessados na sua contratação, como o caso da dupla Sport e Santa Cruz que brigavam nos bastidores para ficar com o passe do craque. No final, o Tricolor do Arruda acabou ganhando essa disputa e Henágio continuou a encantar os gramados do país. 

Segue a seguir a transcrição dessa entrevista.  

 

Ilustração: Lorenzo Henriques.



sábado, 11 de março de 2023

CENTENÁRIO DO 1º CAMPEONATO SERGIPANO CONQUISTADO PELO CLUB SPORTIVO SERGIPE


No ano de 1922, a Liga Desportiva Sergipana (LDS) organizou o IV Campeonato Sergipano de Futebol, o qual ficou conhecido como o Campeonato do Centenário, em razão das comemorações aos cem anos da independência do Brasil. Tratou-se do torneio mais competitivo até então com as inscrições de três novos clubes: S.C. Aracaju (Bairro Industrial), Esperança F.C. (Bairro Santo Antônio) e A.D. Brasil. Esses clubes se juntaram aos decanos Cotinguiba, Sergipe e Industrial que já participavam dos torneios organizados pela LDS.

Há de se lembrar que naquele tempo os jogos eram realizados no antigo Adolpho Rollemberg, inaugurado no ano de 1920, que ficava localizado entre as ruas Vila Cristina e Campos, nas proximidades do Teatro Atheneu. Tanto o Sergipe, quanto o Cotinguiba, eram proprietários desse antigo estádio.


Estádio Adolpho Rollemberg nos anos 1920.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

A PRIMEIRA VEZ DE PELÉ EM SERGIPE E A COROAÇÃO DO FUTEBOL PROFISSIONAL SERGIPANO

Por Davi Tenório

A década de 1960 é considerada a era de ouro do futebol brasileiro. Os torcedores de todo o país apreciavam um novo futebol repleto de notas artísticas desde que a geração de Pelé e Garrincha conquistaram as Copas de 1958 e 1962 encantando o mundo. O futebol de fato passou a ser uma obra de arte, algo que também passava a ser apresentado em terras sergipanas após um longo período de declínio do esporte. Uma das figuras determinantes para tal revolução do futebol em Sergipe fora Robério Garcia, jornalista e desportista, que assumiu a Federação Sergipana de Desportos (FSD). Dentre seus grandes feitos, destacam-se as novas fórmulas e incentivos envolvendo o Campeonato Sergipano e, sobretudo, a profissionalização do futebol no Estado. Vale lembrar que antes, no regime amador, os jogadores não recebiam remuneração dos clubes. Sendo assim, aqueles que se destacavam logo eram contratados por clubes dos estados vizinhos que já haviam se profissionalizado.

 

Da Esq. para a Dir.: Tomás Cabecinha de Ouro, criança com camisa do Santa Cruz de Estância, PELÉ e Luis Manoel.
Apesar da descrição na foto, a partida foi no antigo Estádio de Aracaju, já que o Batistão só foi construído no ano de 1969. 

sexta-feira, 18 de março de 2022

OS 60 ANOS DA CONQUISTA DA TAÇA DINHÔ MELO: MAIOR GLÓRIA DO FUTEBOL ARACAJUANO

Por Gustavo Tenório.

Em homenagem à enciclopédia e ao ídolo rubro Delmar Teles.

 

Neste 18 de março de 2022, celebra-se a conquista da estimada Taça Dinhô Melo. Entre os anos de 1940 e 1961, os clubes da capital sergipana se lançaram numa disputa pela taça. A tão almejada taça ficaria de forma definitiva na sede do time que conquistasse o torneio três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas. Seu destino se desenhava nas salas de troféus do Sergipe (1940, 1943, 1945 e 1955), Cotinguiba (1941, 1942, 1952 e 1957), Vasco (1944, 1948, 1953 e 1960) ou Confiança (1951, 1954, 1958 e 1959), cada um com quatro conquistas até o ano de 1960. Quis o destino, no entanto, que a decisão do ano de 1961 ocorresse apenas em 1962 e que a taça figurasse em definitivo na sala de troféus vermelha, à época, localizada na antiga sede do Club Sportivo Sergipe na Avenida Ivo do Prado.

A Taça Dinhô Melo na galeria de troféus do Memorial Nivaldo Barros do Club Sportivo Sergipe.

Feliz Ano Velho?

Por Davi Tenório Um marasmo. Na história recente do Club Sportivo Sergipe caberia inúmeras definições. Após dez anos de jejuns, conseguimos ...