sábado, 26 de maio de 2018

HÁ 5 ANOS O SERGIPE CONQUISTAVA SEU 33º CAMPEONATO SERGIPANO DIANTE DO RIVER PLATE DE CARMÓPOLIS EM UMA FINAL ÉPICA.

Por Davi Tenório

9 anos, 9 meses e 16 dias. O martírio da torcida colorada não parecia acabar. 180 minutos que poderiam dar fim a uma das páginas mais angustiantes da história rubra. O clube mais tradicional do futebol sergipano enfrentava um longo jejum de títulos, o qual foi interrompido de forma dramática aos 45 minutos do segundo tempo pelos pés de Carlinhos.
O torcedor colorado que acompanhou ao longo da década de 1990 a conquista do hexa e as campanhas de destaque na Série B não poderia imaginar o declínio do futebol sergipano e do clube mais tradicional do estado na década seguinte. Infelizmente, o Sergipe não havia se atualizado conforme o esporte mais popular do mundo ganhava novas roupagens. Consequentemente, o alvirrubro realizou pífias campanhas ao longo da década de 2000, as quais culminaram no longo jejum só interrompido no ano de 2013.



Após conturbadas mudanças na direção do clube, o Sergipe iniciava o Campeonato Sergipano de 2013 longe de figurar entre os favoritos ao título. Vale lembrar que seus dois maiores rivais ostentavam maiores recursos financeiros e de planejamento para o estadual, já que ambos disputavam a Copa do Brasil e a Copa do Nordeste daquele ano.
Com um elenco pouco badalado, mas focado em seus objetivos, o Sergipe conquistou a 1ª fase do campeonato, a Taça Governador do Estado, que não contava com a equipe do Bairro Industrial nem o Tricolor da Serra (justamente devido a vantagem que já possuíam de disputar as principais competições mencionadas), e, consequentemente, a vaga para a Copa do Brasil de 2014.
Uma nova esperança reacendeu no Mundão do João Hora, mesmo com a descrença de parte da torcida e da imprensa pelo êxito em uma fase a qual os principais rivais não haviam disputado. Contrariando as projeções iniciais, o Gipão venceu importantes clássicos e obteve a classificação para as semifinais após realizar a melhor campanha da 2ª fase.
Nas semifinais, o Mais Querido "deu o troco" no Estanciano ao vencer as duas partidas, garantindo a classificação para a decisão do estadual diante do River Plate de Carmópolis. O Batistão voltava a sonhar com o clube que mais o fez balançar.
A primeira partida da grande decisão não foi a das mais emocionantes. Cada time dominou uma etapa do jogo, mas o balançar das redes não ocorreu. A aflição da massa colorada continuaria até o próximo domingo, dia 26 de maio de 2013, em que o grito entalado na garganta haveria de sair. Era questão de necessidade.
511 semanas. O Sergipe entrava em campo recepcionado por um belíssimo espetáculo nas arquibancadas do Batistão. Era o dia que o torcedor colorado finalmente pagaria as suas promessas. O juiz mal havia apitado quando Fabinho Cambalhota lançou Lucão que abriu o placar para os rubros. O Mais Querido dominava a partida, pressionando intensamente o time de Carmópolis, até que aos 26 minutos Cambalhota ampliou para o Sergipe. O placar manteve-se o mesmo até o intervalo.
3577 dias. Restavam apenas 45 minutos, não haveria mais duras e sofridas contagens. Até o torcedor mais cético colocava a sua faixa de campeão cortando o peito. Todavia, estamos falando do Club Sportivo Sergipe, a instituição centenária que testemunhou toda a história esportiva em nosso estado, onde não há o mesmo glamour e incentivo dos grandes centros nacionais. Do remo ao futebol, não houve uma conquista sem que enfrentasse dificuldades.
Pois bem, o River Plate voltou ao segundo tempo com outra postura, já aos 4 minutos diminuiu o marcador. E aos 32 minutos do segundo tempo, a equipe de Carmópolis igualou a partida. O pesadelo rubro havia retornado, a contagem parecia não ter mais fim.
46 minutos do 2º tempo. Não havia mais ânimo para uma disputa por pênaltis. Também não haveria mais necessidade. Após uma tabela entre Lucão e Almir Sergipe, o pé direito do lateral Carlinhos se somou a de outros milhares de colorados no Batistão e nos rádinhos espalhados por todo o Brasil. Voltávamos a acrescentar mais uma taça na mais rica galeria de troféus do estado de Sergipe.




O Sergipe jogou com: Marcão, Carlinhos, Emerson, Itamar, Leo e David, Fernando Pilar, Rodrigo e Rafael, Fabinho Cambalhota e Lucão.
O River jogou com: Pablo, Magno (Glauber), Bira, Marcio (Claudonei) e Pedrinho, Raulino, Wallace, Lelê e Everton (Marcelinho), Bibi e Leandro Kivel.
Público: 9.011 Renda: R$ 92.670.

Fontes:

http://globoesporte.globo.com/se/futebol/campeonato-sergipano/noticia/2013/05/com-gol-no-ultimo-minuto-sergipe-vence-o-river-plate-e-leva-titulo.html
http://www.infonet.com.br/noticias/esporte/ler.asp?id=144702
http://www.bolanaarea.com/estaduais_se_2013.htm




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