Por Gustavo Tenório.
Neste
21 de maio de 2018, um dos maiores cronistas da história do jornalismo sergipano
celebra seus 91 anos de idade. Ilustre torcedor rubro, conhecido pelo apelido “Diabinho”,
Wellington Elias da Paixão merece o nosso carinho e os votos de muita saúde e de imensa alegria
nesta data. Sua escrita elegante e sua sensibilidade intelectual fez e continua
fazendo escola junto aos cronistas do estado – inclusive a este que vos fala! Mas
suas crônicas vão muito além do esporte. Foi muito famoso um quadro, nas décadas
de 1950 e 1960, chamado “Uma crônica para você!”, em que os mais prestigiados
radialistas sergipanos liam os belíssimos textos do Sr. Wellington. Aliás,
uma vez ao ser perguntado sobre qual voz que mais gostava que lesse suas
crônicas na “radja”, o Diabinho, sem titubear, confessou: “Reinaldo Moura. Ele tem
um belo timbre”, disse-me com uma expressão nostálgica em sua face.
Ler
as crônicas de Wellington Elias é como fazer uma deliciosa viagem pela história
de Sergipe ao longo do século XX: puro deleite. Em alguns textos, notamos as
mudanças na estrutura urbana da capital, como o alargamento de avenidas, a
criação de bairros, a retirada de árvores e dos trilhos dos bondes nas ruas do
centro de Aracaju. O Sr. Wellington foi um atento observador das mudanças pelas
quais passou a capital sergipana, nesse pouco mais de nove décadas.
No
entanto, o Diabinho ficou mais conhecido junto aos sergipanos pelo seu trabalho
no jornalismo esportivo. Começou sua carreira na Rádio Difusora do Estado de Sergipe
e passou por diversas emissoras, como a Rádio Jornal, a Rádio Cultura e a Rádio Aperipê. Além
disso, marcou presença nos programas televisivos da TV Atalaia, entre as décadas de 1970 e 2000, mostrando que era
um profissional que não se restringia a apenas uma plataforma de comunicação. Entre
o jornal impresso, as ondas do rádio e a imagem da televisão, Wellington Elias
marcou época apostando picolés de graviola e esbanjando bom humor em seus comentários - quem não se lembra do seu "PRRRRRRRRRRL!" ao comentar alguma atuação ruim do time!? Tanto prestígio já até lhe rendeu uma belíssima homenagem na cidade de Nossa Senhora do Socorro, na grande Aracaju, onde um estádio de futebol ganhou o seu nome, apelidado carinhosamente de "Lelezão"!
O
Club Sportivo Sergipe foi também objeto de suas crônicas, como, obviamente, não podia deixar
de ser. Torcedor declarado, o Lelé da Galera sempre nos brindava com belos textos
sobre o Gipão, mas, também, sabia espezinhar quando as coisas não iam bem no
Mundão do Siqueira – tanto que colecionou alguns desafetos entre os cartolas
colorados, mas isso só com ele para saber. Ler as crônicas rubras de Wellington
Elias é fundamental para quem quer conhecer a história e as curiosidades do
maior club do estado. Aliás, aproveitando o ensejo, trata-se de um material que
precisa não apenas ser preservado, mas principalmente publicado de modo que o
público sergipano conheça mais sobre a história alvirrubra.
Wellinton Elias é um verdadeiro ícone do jornalismo na terra do Cacique Serigy. Que venha mais uma década! Viva o Diabinho Wellington
Elias!
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